segunda-feira, 22 de setembro de 2014
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Um Poema Para Exu
Ao que anuncia a minha chegada
Ao que guarda a minha retaguarda
Ao que chega antes de mim
Ao que fiscaliza tudo o tempo todo
Ao que faz justiça começando por dentro de casa
Ao que me bate para que a rua não precise me bater
Ao que sabe cobrar o que lhe é de direito
Ao que não vive sem alegria
Ao que confunde gargalhando
Ao que corre gira em meu favor
Ao que paga para ver
Ao que fala-me usando a boca do vento
Ao que me visita em sonhos
Ao que cuida do meu nome
Ao que usa astúcia como caça
Ao que em mim encontra morada
Ao que faz, desfaz e refaz
Ao que foi, é, e sempre será
Gratidão!
Laroyé Èsù amado!
Ifadeyin Fakolade
Um "Passeio" com os Orixás
Eu fui consultar um Babalaô, em busca da felicidade. Ele me disse para ir até a encruzilhada, que lá eu encontraria o Senhor da Alegria.
Fiz minha oferenda, coloquei minha roupa branca e comecei minha jornada. Conheci Exú lá na encruzilhada, rodando com suas cabaças a balançar, e dando uma boa gargalhada. Perguntei se ele sabia onde morava a felicidade, Exú, então, me mandou seguir a estrada, que lá eu encontraria o Senhor dos Caminhos, que poderia me ajudar.
Fui seguindo a estrada, na beira da mata. E no meio dela com sua espada e escudo, apareceu Ogum. Ele me disse que eu iria encontrar o que eu estava procurando se eu seguisse pela mata fechada e procurasse por Oxóssi.
Entrei na mata, e já estava quase desistindo de achar Oxóssi, de tanto que já havia andado. E então, apareceu um Faisão na minha frente. Era, sem dúvidas, o mais belo animal que eu já havia visto. O belo animal, então, se transformou em um grande e forte negro. Era Oxóssi. Ele me mandou ir até mais fundo da floresta, procurar por Ossain. Achei Ossain, que me mandou ir procurar Obaluaye e Oyá no cemitério.
Obaluaye e Oyá me mandaram ir para as montanhas, procurar por Xangô. Chegando às montanhas, fui guiado pelo rei de Oyó até os rios, onde, segundo ele, eu encontraria outros 5 Orixás que podiam me ajudar.
Chegando às águas doces, encontrei Obá no rio, Oxum na cachoeira, Logun-Edé na beira da lagoa, Oxumarê no céu, e encontrei Yewá no Sol.
Eles me mandaram ir procurar pela maior e mais velha árvore na floresta. Lá fui eu novamente, entrar na floresta, dessa vez à procura de Iroko. Me deparei, então, com a árvore mais frondosa de todas. Iroko me mandou ir para a praia, procurar por Iemanjá. Ele me disse que, por mais cansado que
eu estivesse, minha jornada estava acabando.
Caminhei e caminhei, até chegar na beira do mar. Junto com as ondas graciosas e bravas do mar, veio Iemanjá. A bela moça me mandou ir até o pântano e procurar pela anciã que vestia roxo.
Fui até o pântano, onde Nanã veio me acolher. Ela me disse para ir até o reino de Ifé, que ficava depois dos campos brancos de Oxaguiã.
Saí do pântano, e estava passando pelos campos de Oxaguiã, quando ele surgiu em minha frente. Sua altivez e bravura me assustou, mas ele disse-me que não havia nada a temer, e que ele me guiaria até o que eu estava procurando.
Junto com Oxaguiã, fui indo até o reino de Ifé. Chegando ao portão daquele grande reino, Oxaguiã me mandou ir até os jardins mais belos do reino, que eu seria guiado por Ibeji até o castelo de Oxalufã. Fui andando pelas ruas do reino, e o que vi me deixou encantado. Pessoas vivendo com prosperidade, amor, saúde, harmonia e muita felicidade.
Chegando nos jardins do reino, dois meninos vieram me recepcionar. Antes que eu pudesse desviar, um pedaço de bolo me atingiu bem no rosto. Depois de me limpar, os meninos me conduziram até o castelo de Oxalá.
O velho senhor estava sentado em uma cadeira branca, rodeado por todos os Orixás pelos quais eu havia passado.
Eu fiquei tão irritado com eles que comecei a gritar:
- Se vocês já estão aqui, por que não me trouxeram direto para cá?
Por que me fizeram andar tanto, me cansar tanto se podiam me trazer aqui tão rápido?
Exú, de prontidão, me respondeu:
- Ora, e quem disse que sua vida seria fácil? Você acha que, só por sermos Orixás, podemos dar tudo de bandeja para ti?
- Exú soltou uma gargalhada.
- Não fale assim com ele, Bará.
- Disse a bela Oxum
- Ele é apenas um Ser Humano. Eles todos tem mania de querer que as coisas caiam do céu. Pobres homens.
Sempre querendo ser mimados por nós, que temos condições de ajudá-los.
Com a ajuda de seu Opaxoro, Oxalufã se levantou e me disse:
- Você, meu filho, andou por todo o tipo de lugar. Enfrentou o Sol com Yewá, a mata com Odé, os mortos com Obaluaye e Oyá, as altas montanhas com Xangô e a chuva com Nanã. E
tudo isso em busca da felicidade. Parabéns!
Vou lhe mostrar a felicidade que tanto almeja. Aproxime-se, por favor.
Me aproximei daquele velho e franzino senhor, vestido todo de branco. Assim que me aproximei o suficiente, Oxalufã ergueu seu cajado e disse:
- A felicidade que você tanto quer esteve contigo o tempo todo, meu filho.
- Oxalá apontou seu Opaxoro para o lado esquerdo de
meu peito e disse:
- Aqui. Sempre contigo.
Texto publicado em um grupo de Umbanda do Facebook chamado Umbanda Popular Brasileira
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