São Jorge
Ogum
Jorge sentou praça... na cavalaria. Eu estou Feliz porque também, sou da sua companhia...
Este é um trecho da musica de um Jorge, o Benjor, que escolhi para abrir este texto onde tentarei explicar um pouco da história do Orixá. Sincretizado no santo guerreiro, ou do santo sincretizado num Orixá lutador e vencedor de batalhas.
A história do fenômeno do sincretismo vem da escravidão, onde negros, proibidos por seus senhores de cultuar seus Orixás, se viam obrigados a adorar santos católicos, mas nem por isso o faziam sem certo fundamento.
Você já ouviu o termo “santo do pau oco”? Sabe exatamente de onde vem? Vem desse sincretismo. Os africanos escravizados eram obrigado a cultuar imagens católicas, e se quisessem adorar seus Orixás, precisavam pegar uma imagem de um santo, feitas na época de madeira e cavar um orifício interno, colocavam alí seus axés, os assentamentos dos seus Orixás, ou seja, deixavam o santo de madeira “oco” para colocar dentro dele aquilo que acreditavam representar seus Orixás.
Os negros escolhiam a dedo os santos eleitos a simbolizar seus Orixás, se Ogum era o Orixá da batalha, dos soldados, um santo guerreiro teria que servir de símbolo deste culto no processo sincrético.
Na região sudeste, sobretudo no Rio e em São Paulo, São Jorge fora o escolhido para ser Ogum e como já disse, não por acaso, já que São Jorge foi o santo soldado, que nunca renunciou sua fé cristã, o que o levou a morte pelas mãos do imperador Diocleciano, que mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303.
São Jorge é um dos santos mais venerados no catolicismo (tanto na Igreja Católica Romana e na Igreja Ortodoxa como também na Comunhão Anglicana). É imortalizado no conto em que mata o dragão e também é um dos 14 santos auxiliares. Considerado como um dos mais proeminentes santos militares, sua memória é celebrada dia 23 de abril como também em 3 de novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da igreja dedicada a ele na Lida (Israel), onde se encontram suas relíquias, erguida a mando do imperador romano Constantino I.
É o santo padroeiro em diversas partes do mundo: Inglaterra, Portugal, Geórgia, Catalunha, Lituânia, da cidade de Moscou e, extra-oficialmente, da cidade do Rio de Janeiro (título oficialmente atribuído a São Sebastião), além de ser padroeiro dos escoteiros, do S.C Corinthians Paulista (eu como bom corintiano não poderia deixar de citar) e da Cavalaria do Exército Brasileiro.
Ogum é o Orixá guerreiro, dono das ferramentas e armas feitas de metal, portanto muito bem representado pelo santo soldado.
Texto escrito pelo Pai Alexandre Falasco - responsável pelo Centro de Umbanda O Barracão de Pai José de Aruanda
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