segunda-feira, 27 de maio de 2013

Mensagem da Semana


“A terra é minha pátria, o céu é meu teto e a liberdade minha religião.”
Provérbio Cigano


A História de Santa Sara


Santa Sara Kali é a padroeira do povo cigano.
Foi uma cigana escrava que venceu os mares com sua fé e virou Santa.



Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. Desesperadas as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Sara então retira seu lenço da cabeça, chama por Jesus Cristo e promete que se todos se salvassem, ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito.
Milagrosamente, a barca sem rumo, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer, no sul da França. Sara cumpriu a sua promessa até o final de seus dias.
Suas histórias e milagres a fez Padroeira Universal do povo cigano, sendo festejada todos os anos no dia 24 de maio. Segundo o livro escrito pela cigana Miriam Stanescon, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali, a tradição de toda a mulher cigana casada, usar um lenço, tornando a peça mais importante do seu vestuário, tanto que quando se quer presentear uma cigana com o mais belo presente, se diz:- “Te darei um lindo lenço”.
Cripta de Santa Sara em Saintes Marie de La Mer

Além de trazer saúde, prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajuda-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos, faziam promessas, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mér, fariam uma noite de vigília e depositariam aos seus pés como oferenda, um lenço, o mais bonito que encontrassem. Lá existem centenas de lenços, como prova que muitas mulheres receberam essa graça.
Para a mulher cigana, o milagre mais importante da vida, é o da fertilidade. Quanto mais filhos tiver, é considerada pelo seu povo, uma mulher dotada de sorte. A pior praga para uma mulher cigana é desejar que ela não tenha filhos. Talvez seja esse o  motivo das mulheres terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para a fertilidade.

Procissão em Saintes Maries de La Mer

Uma outra lenda diz, que Sara Kali, as três Marias e José de Arimatéia, teriam fugido numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice sagrado), que seria levado para um mosteiro da antiga Bretanha. A barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atracado no porto de Camargue, às margem do Mediterrâneo, que ficou conhecido como Saintes-Maries-de-La-Mer, transformado num grande local de concentração cigana.
O seu dia é comemorado e reverenciado através de uma longa noite de vigília e oração pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de luzes azuis, flores e vestes coloridas, muita música e muita dança. Cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e do eterno “retorno dos tempos”

 Por Empório Cigano

Louvação a Santa Sara



terça-feira, 21 de maio de 2013

Do que a Umbanda precisa?



Dia destes, ao final de uma gira de desenvolvimento mediúnico, manifestou-se Pai João de Angola, o preto Velho regente da casa.
Como de costume, acendeu seu cachimbo, cumprimentou os presentes e chamou todos para perto dele e após se acomodarem ele pediu que todos respondessem uma pergunta simples:
- Do que a Umbanda precisa?
E assim um a um foram respondendo:
- Mais união...
- Mais estudo...
- Mais divulgação...
- Mais respeito...
- Mais reconhecimento...
Mais, mais e mais ...
Após todos manifestarem suas opiniões, Pai João sorriu e disparou:
- Muito se diz do que a Umbanda precisa, não é? E eu digo que a Umbanda precisa de Filhos!
Silêncio repentino no ambiente.
Naturalmente os filhos ficaram surpresos e ansiosos para a conclusão desta afirmação.
Pai João pitou, pensou, pitou, sorriu e continuou:

" É isso, a Umbanda precisa sobretudo de FILHOS.
Porque um filho jamais nega sua mãe, sua origem, sua natureza.
Quando alguém questiona vocês sobre o nome de sua mãe, vocês procuram dar outro nome a ela que não seja o verdadeiro? Um filho nem pensa nisso, simplesmente revela a verdade. Assim é um verdadeiro Filho de Umbanda, não nega sua religião, nem conseguiria, pois seria o mesmo que negar a origem de sua vida, seria o mesmo que negar o nome de sua mãe.
Um filho de Umbanda, dentro do terreiro limpa o chão como devoção e não como uma chata necessidade de faxinar.
Um filho de Umbanda dá o melhor de si para e pelo terreiro, pois sente que ali, no terreiro ele está na casa de sua mãe.
Um filho de Umbanda ama e respeita seus irmãos de fé, pois são filhos da mesma mãe e sabem que por honra e respeito a ela é que precisam se amar, se respeitar e se fortalecer.
Um filho de Umbanda sente naturalmente que o terreiro é a casa de sua mãe, onde ele encontra sua família e por isso quando não está no terreiro sente-se ansioso para retornar e sempre que lá está é um momento de alegria e prazer.
Um filho da Umbanda não precisa aprender o que é gratidão. Porque sua entrega verdadeira no convívio com sua mãe, a Umbanda, já lhe ensina por observação o que é humildade, cidadania, família, caridade e todas as virtudes básicas que um filho educado carrega consigo.
Um filho de Umbanda não espera ser escalado ou designado por uma ordem superior para fazer e colaborar com o terreiro, ele por si só observa as necessidades e se voluntaria, pois lhe é muito satisfatório agradar sua mãe, a Umbanda.
Um filho de Umbanda sabe o que é ser Filho e sabe o que é ter uma Mãe.
Quando a Umbanda agregar em seu interior mais Filhos que qualquer outra coisa, estas necessidades que vocês tanto apontam como união, respeito, educação, ética, enfim, não existirão, pois isto só existe naqueles  que não são Filhos de fato.
Tenham uma Boa Noite, meus filhos!"

Pai João pitou mais uma vez e desincorporou.
Diante dele, seus filhos, com olhos marejados, rosto rubro, agradeciam a lição.
Saravá a Umbanda!
Salve a Sabedoria!
Salve os Pretos Velhos

Rodrigo Queiroz

Pai Nosso Umbandista

Pai Nosso que estais nos céus, nos mares, nas matas e em todos os mundos habitados;
Santificado seja o teu nome pelos teus filhos, pela Natureza, pelas águas, pela luz e pelo ar que respiramos.
Que o teu Reino, Reino do Bem, do Amor e da Fraternidade, nos una a todos e a tudo que criaste, em torno da sagrada cruz, aos pés do divino Salvador e Redentor.
Que a tua vontade nos conduza para o culto do Amor e da caridade.
Dai-nos hoje e sempre a vontade firme para sermos virtuosos e úteis aos nossos semelhantes.
Dai-nos hoje o pão do corpo, o fruto das matas e a água das fontes para nosso sustento material e espiritual.
Perdoa, se merecermos, as nossas faltas e dai-nos o sublime sentimento do perdão para os que nos ofendam.
Não nos deixes sucumbir ante a luta, dissabores, ingratidão, tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria.
Envia, Pai, um raio da tua divina complacência, luz e misericórdia para os teus filhos, pecadores que aqui habitam pelo bem da Humanidade.
Assim seja.



Hino da Umbanda

Eu, assim como muitos umbandistas, sou apaixonada pela letra do Hino da Umbanda.
Mas, também como muitos, não conhecia a história que existe por trás de tão bela composição.
Depois de pesquisar um pouquinho descobri que o Hino foi escrito por José Manuel Alves nos anos 60, após o mesmo ter procurado auxílio do Caboclo das 7 Encruzilhadas ( guia do Pai Zélio Fernandino de Morais - fundador da Umbanda ) pedindo cura a cegueira que possuía desde o nascimento.
A cura não ocorreu pois foi lhe informado que sua cegueira era de origem cármica.
Mas mesmo sem obter cura José apaixonou-se pela Umbanda e nos deixou como prova dessa paixão essa letra tão bonita que mostro a vocês agora.


terça-feira, 14 de maio de 2013

O Médium


Mensagem retirada do site do Jornal de Umbanda Sagrada
http://jornalumbandasagrada.blogspot.com.br/

Sabedoria de Preto Velho




Mensagem da Semana


Dia dos Pretos Velhos

Ontem dia 13 de Maio foi a data da comemoração da libertação dos escravos através da Lei Áurea e também o dia dos nossos amados vovôs e vovós da Umbanda.
Negros, sábios, amorosos...
Quem já teve a oportunidade de falar com um deles sabe o que é se sentir acolhido, compreendido e nas muitas histórias que eles contam existem muitas lições a serem aprendidas.
Mesmo que muitos deles carreguem as marcas do cativeiro, eles nos mostram que o Amor e a Caridade é o melhor caminho para uma vida feliz!!!



Alguns pontos de Pretos Velhos


Eu andava perambulando,
sem ter nada p"ra comer
Fui pedir as Santas Almas
Para vir me socorrer
Foi as Almas que me ajudou
Foi as almas que me ajudou
Meu Divino Espírito Santo
Glória Deus, Nosso Senhor


Navio negreiro no meio do mar
Correntes pesadas na areia a arrastar
E a negra escrava tristonha a chorar
Saravá nossa Mãe Iemanjá
Saravá nosso Pai Oxalá

Vovó tem sete saias
Na última saia tem mironga
Vovó veio de Angola
Pra salvar filhos de Umbanda
Com seu patuá, figa de guiné
Vovó veio de Angola
Pra salvar filhos de fé


Chora meu cativeiro
Meu cativeiro, meu cativerá
Ora, chora
Preto Velho que veio da Costa
Que veio do Congo, Luanda e Guiné
Preto Velho de Nossa Senhora
Vem no terreiro olhar filhos de fé
Chora meu cativeiro
Meu Cativeiro, meu cativerá
Ora, chora
Preto Velho que gira na de Angola
Que gira no de Gejo, Bantú e Nagô
Preto Velho de Nossa Senhora
Filho de Zambi, ele é meu protetor
Chora meu cativeiro
Meu cativeiro, meu cativerá
Ora, chora
Preto Velho aqui na terra trabalhou
Tanto trabalhou, até que um dia lá na aruanda
Nossa Senhora o abençoou
Chora meu cativeiro
Meu cativeiro, meu cativerá
Ora,. chora
No tempo da escravidão
Preto Velho sempre trabalhou
Sentado na sua senzala
Batia tambor, saravá pai Xangô
Chora meu cativeiro, meu cativeiro
Meu cativerá